Dorothy, Dorothy !

Tomada pelo desespero e procurando uma solução para a epidemia que se agravava na cidade de Bertoldo, eu aflita, desesperada descobri que não teria jeito, por mais que tentasse salvar aquelas pessoas e a mim mesma.
Eram as más línguas que traziam sintomas e de angústia e dor, e chegava até queimar por dentro, vi amigos e parentes adoecendo, enquanto os sãos lá fora, parados em esquinas insistiam em falar coisas negativas das outras. Como calar a boca deles ? Sem mais o que fazer, pedi gentilmente para que parassem, mas de nada adiantou e acabei sendo afetada também. Agora estou aqui, impotente, o que posso fazer ? Socorro, me tirem daqui, não posso me mover ! Mal conseguia abrir os olhos, mas presenciei várias pessoas queridas partindo, não pude suportar, e nesse momento de desespero comecei a gritar e gritar e gritar, mas ninguém me ouvia, depois de tanta agonia, senti uma mão macia em meus ombros me tocando lentamente e dizendo:
-Dorothy, Dorothy ! Acorda !
E minha mãe reclamando que eu perderia a hora de chegar ao colégio. Ufa ! Estou aqui, sã e salva,não passou de um terrível pesadelo, sou LIVRE para correr atras dos meus objetivos, tenho o PODER de ignorar essas pessoas que me arrastam para trás, tenho FÉ e FORÇA DE VONTADE para realizar os meus sonhos, mesmo que me prejudiquem, eu sacudo a poeira, sigo em frente e nem olho para trás.

Sula Estevam